03/12/2014

Aviva Senhor a Tua Obra..

Aviva ó Senhor a tua Obra!
Pb. Waldir Santos.


A Igreja de Jesus Cristo deve viver em avivamento constante. Afinal de contas, o que é um avivamento? As pessoas têm o abito de pensar em avivamento como sendo acontecimentos espetaculares, shows fantásticos, exibicionismos. Entretanto, o acontecimento maior e mais espetacular do avivamento é quando filhos de Deus que estavam mornos e cansados espiritualmente se tornam outra vez ardorosos pelo Senhor; quando em suas vidas começam a jorrar outra vez “rios de água viva” (João 7:38).
Nos dicionários de Língua Portuguesa, o termo avivamento vem do verbo “avivar”, que significa: “tornar mais vivo, estimular, tornar mais nítido, ativo e intenso” (Aurélio). Na Bíblia não encontramos a palavra “avivamento”, apenas o verbo “avivar”, usado com bastante frequência. Então podemos dizer que avivamento é o “retorno de algo à sua natureza e propósito”. Significa acordar e viver.
Então, quais são os fundamentos bíblicos para que Deus avive a Sua obra no meio do Seu povo.
EXPERIÊNCIAS DE AVIVAMENTOS
Lemos em II Cr. 34 a respeito de um grandioso avivamento na história de Judá, nos tempos do rei Josias. Esse monarca foi despertado para restaurar a vida espiritual do povo judeu, a partir da reforma do templo. Quando a reforma estava sendo feita, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei que se achava perdido (II Cr. 34.8-17). Quando a Lei foi lida, o rei teve o coração quebrantado, rasgou as suas vestes, externou a sua tristeza (II Cr. 34.19) e conscientizou-se do pecado do povo contra o Senhor (II Cr. 34.20,21), percebendo que o julgamento divino sobreviria sobre a nação. A consciência do pecado, através da Palavra de Deus, resultou em avivamento espiritual, pois diante da Lei, os judeus se voltaram para o Senhor (II Cr. 35.18).
Outro exemplo de avivamento através da Palavra de Deus se encontra no capítulo 8 do livro de Neemias. Esdras leu a Lei diante do povo e isso, certamente, os levou à fé, pois a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus (Rm. 10.17), (Veja que a fé não vem pelo estar ouvindo a palavra, mas diz que o ouvir e o ouvir fala de dom de revelação, o ouvir é pela palavra de Deus, é ouvir no sentido espiritual quando o Espirito te revela algo no que esta lendo.) e, ouvindo a Palavra, o Espírito produz, em nós, a santidade (Gl. 5.22). Por isso, Jesus orou, em Jo. 17.17, “santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade”. Observando este texto, destacamos os seguintes pontos:
1) Esdras reuniu a todos, não apenas alguns, contanto que fossem capazes de entender aquilo que haveria de ser exposto (v. 2), mas antes, ele direcionou o povo ao louvor e a oração, quando todo povo disse “amém” (v. 6). Ele leu com distinção, isto é, de modo que todos pudessem ouvir com nitidez. Em seguida, após essa leitura com clareza, ele e os levitas explicavam o sentido das palavras para que as pessoas compreendessem (vs. 8,9);
2) Como resultado da leitura e exposição da Palavra, o povo entristeceu-se e sentiu vergonha dos seus pecados diante de Deus, o clamor foi tal que Esdras e Neemias precisaram instruir o povo a que se regozijassem perante o Senhor; e
3) O povo, então, tomou a decisão de obedecer a Palavra de Deus (v. 17), e, após ouvir os ensinamentos do Senhor, “houve muita alegria” (v. 18).
Esse é o percurso bíblico do verdadeiro avivamento, parte da leitura e exposição da Bíblia, sob a oração e adoração, debaixo da unção do Espírito Santo.
O CLAMOR DO PROFETA HABACUQUE
1. Habacuque estava preocupado com o estado espiritual de seu povo. O profeta Habacuque foi contemporâneo de Jeremias e viveu numa época de crescente deterioração moral e espiritual em Judá, viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seus contemporâneos haviam caído do auge das reformas de Josias para as profundezas da pecaminosidade de seus cidadãos, com medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do sistema legal.
Habacuque começa seu livro com uma série de perguntas: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão?” (1.2-3).
Suas perguntas demonstravam a presença de fé, e não a falta dela.
Ele viu a violência de Jerusalém e a injustiça de seus líderes, e não entendeu a tolerância do Senhor. O profeta pediu justiça. Ele queria livramento divino para proteger os inocentes e castigar os malfeitores.
É nesse contexto que aparece o famoso clamor por avivamento de Habacuque: “… aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia “(Hc 3:2).
Alguns estudiosos entendem esse clamor da seguinte forma: “Nestes últimos tempos de nossa história, faze a tua obra conhecida”.  Esse é o momento mais adequado para que Deus traga o avivamento sobre o seu povo. Pois é no meio dos anos que a frieza vem, que o desânimo e a incredulidade nos assaltam em meio à obra do Senhor. É no meio dos anos que muitos crentes se acomodam com este mundo. E assim necessitam de um avivamento.
2. A restauração com certeza chegará. Os resultados destrutivos da invasão babilônica seriam sentidos através de toda a terra. Mas o profeta encontra a fonte da sua alegria em Deus e não nas circunstancias. Então mesmo sabendo que o seu povo teria muito sofrimento pela frente, pois os babilônios viriam para acabar com tudo. Não haveriam mais os mantimentos da terra, não haveria mais frutos na videira, não haveria mais ovelhas no curral, não haveria mais paz, e sim, guerra, e o sofrimento seria enorme, haveria fome, desemprego e miséria total. Tudo estava ruim e iria ficar pior ainda. Mesmo assim, Habacuque jamais perdeu a esperança, jamais deixou de louvar a Deus. Lembrando-se dos atos portentosos de Deus na história de Israel, Ele declara “Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3:18).
3. Avivamento traz mudança de vida. Habacuque estava ciente de que o povo pecara contra o Senhor. Havia injustiças, violência e idolatria entre o povo de Deus (Hc 2:9-11,17-19). Desta feita, era necessária uma mudança de comportamento entre os filhos de Israel. Então, o profeta clama por um avivamento (Hc 3:2).
Somente um real e contínuo avivamento é capaz de restringir, deter e neutralizar na igreja a atual avalanche de secularismo, de mundanismo, de comodismo, de conformismo, de transigência com o erro, com o pecado e com o mal. Segundo o modelo bíblico, o avivamento resulta em santidade do crente em toda a sua maneira de viver (1Pe 1:15). Se um avivamento não resultar nisso – nessa mudança de vida -, tudo não passará de mero entusiasmo, mecanicismo e emoção, como acontece com certos ‘avivamentos’ orquestrados pelos homens.
Portanto, à semelhança de Habacuque, clamemos a Deus para que a igreja destes últimos dias empenhe-se por uma vida de justiça, pureza e santidade e, assim, venha a desfrutar de um genuíno avivamento (1 João 1:9).
É TEMPO DE BUSCAR A FACE DE DEUS
1. Buscando e conhecendo a Deus. Muitos, por estarem interessado apenas em milagres, curas e prosperidade material, já não buscam a Deus pelo que ele é. Na verdade, não querem conhecer a Deus, mas somente barganhar com o Senhor. A Bíblia, contudo, através do profeta Oséias, ensina-nos como devemos agir: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (Os 6.3).
Quando conhecemos com profundidade, quem é o nosso Deus, passamos a amá-lo muito, pois sabemos olhar para dentro de nós mesmos e ver quem realmente somos. Prossigamos nesta busca de conhecer, cada dia mais, o nosso Deus, e enxergar a sua grandeza. Nas palavras do salmista: “Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensinas-me as tuas veredas” (Sl 25.4), e ainda com as palavras de Jó: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42.5).
2. Consagração e entrega a Deus. O termo ‘consagrar-se’ encerra o sentido de ‘Tornar-se sagrado’; ‘Oferecer-se à divindade’. Consagrar-se, portanto significa separar-se, dedicar-se, santificar-se para Deus.
Os dias que vivemos são dias difíceis, como no tempo de Habacuque, tempos da apostasia, de novas unções e novas revelações, tempos onde os interesses pessoais são mais importantes que o reino de Deus. Deus nos chama à consagração, Ele está buscando homens e mulheres que se consagrem a Ele para que Ele possa usar.
3. Confessando e abandonando os pecados. Todos os avivamentos da Bíblia e da história da Igreja foram marcados por contrição (arrependimento), confissão e abandono de pecados, e principalmente pela volta à Palavra de Deus. (Ne 9; Ed 8.21; Jl 2.13). Sem corações quebrantados e contritos não há avivamento (Sl 51.17). 
CONCLUSÃO
Avivamento é algo que precisamos buscar, mas precisamos saber o que estamos buscando e porque estamos buscando. Um Avivamento não é resultado de um esforço humano, no sentido de depender dele. O Avivamento é produzido pelo Senhor da Obra. É o Senhor com o seu vento que faz as brasas queimarem revivendo a chama do amor e da fé. A obra não é nossa, é do Senhor – Somos apenas trabalhadores, da grande seara.
A chama do avivamento deve permanecer brilhante, pois Deus deseja que a Igreja cumpra sua missão aqui na Terra integralmente. “Uma igreja sem renovação espiritual constante cai na rotina, isto é, fica parada no tempo, no espaço e no trabalho. Que o Senhor Jesus desperte um grande avivamento na sua Igreja. A igreja em um todo precisa entender que avivamento não é manifestação de emoções, não é o exibicionismo de alguns que tem o talento de emocionar os ouvintes, não é um momento de expressão corporal, de movimentos esquisitos e aparições de animadores de palco. Avivamento é mudança de pensamento e aceitação da verdade hoje encoberta pelas promessas de vitória e prosperidade, é a minha mudança de pensamento e de atitude mundana para um pensamento e atitude espiritual que me aviva.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
“Lições Bíblicas CPAD” – 2º Trimestre de 2011 – Comentarista da Lição nº 13 – José Roberto A. Barbosa
Seminário na F.I.T no Paraná “Reflexões espirituais” – Pb. Waldir Santos
Seminário na F.I.T no Paraná “Compreendendo o mundo em que vivemos” – Pb. Waldir Santos
Conferência para Pastores na I.A.E em São Paulo “Instrução Avivalicionista no mundo pós moderno” Pb. Waldir Santos.



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